"O consumo moderado de maconha não provoca nenhum dano sério à saúde"

"Nunca, em 5000 anos de história, foi relatado um caso sequer de morte provocado pelo consumo de cannabis"






Absurdo juridico

A imposição de sanção penal ao possuidor de droga para uso próprio conflita com o Estado Constitucional e Democrático de Direito (que não aceita a punição de ninguém por perigo abstrato e tampouco por fato que não afeta terceiras pessoas).

Vejamos: por força do princípio da ofensividade não existe crime (ou melhor: não pode existir crime) sem ofensa ao bem jurídico.
(cf. GOMES, L.F. e GARCIA-PABLOS DE MOLINA, A.Direito


legalize canabis sativa
medicinal e recreativa

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A nova Abolição

Na Proclamação do Anhangabaú da Felicidade, manifesto do Teatro Oficina, Zé Celso lançou um desafio para o Brasil: “Ser o primeiro país do mundo a promover a grandeza da Abolição da Escravidão do século 21 através da descriminalização Total das Drogas, tirando da Polícia sua administração e passando para o Ministério da Saúde, Cultura e evidentemente da Fazenda... tornando-a uma questão totalmente Cultural, que livrará o país deste Genocídio praticado diariamente principalmente contra as crianças de todos os Canudos-Favelas de todo País”.
À primeira vista pode parecer descabido comparar a legalização das drogas no século XXI com a abolição da escravidão no século XIX, mas estas palavras do Zé Celso são muito sábias e lúcidas, revelando sua capacidade de perceber a realidade muito além dos discursos oficiais.
A criminalização das drogas é uma estratégia de controle social e não uma política de proteção da saúde pública, como proclamam os defensores da “War on Drugs” de Richard Nixon. A realidade demonstra claramente a total incapacidade da política proibicionista de proteger a saúde pública, e os próprios Estados Unidos - país que mais gasta com a Guerra às Drogas em todo o mundo -, têm a maior taxa de usuários de drogas ilícitas do mundo. Cerca de 40% da população dos EUA já utilizou drogas ilícitas, inclusive Barack Obama, Bush filho e Bill Clinton.
Por outro lado, a Guerra às Drogas é extremamente eficiente como instrumento de criminalização e perseguição de grupos socais, de movimentos políticos e até mesmo de países. Recentemente, em palestras no Rio de Janeiro, o policial estadunidense e fundador da Law Enforcement Against Prohibition (LEAP), Jack Cole, denunciou o caráter racista da War on Drugs nos EUA, revelando que hoje seu país encarcera cerca de 6,9% da população negra contra 0,9% da branca. O regime do Apartheid da África do Sul encarcerou 0,8% da população negra.
No Brasil o caráter racista da proibição das drogas também está presente e a perseguição e criminalização da maconha ocorreu no contexto de estigmatização da cultura negra. Porém, em nosso país a Guerra às Drogas atinge a pobreza de maneira geral, e apesar da pouca importância para o mercado ilícito, são os pequenos e miseráveis varejistas do tráfico os que lotam as cadeias, necrotérios e microondas.
De um ponto de vista antiproibicionista a lei 11343/2006 tem o mérito do fim da pena de prisão para o usuário de drogas, incluindo os que cultivam para consumo próprio. Ao não estabelecer, porém, critérios objetivos para a diferenciação de usuários e traficantes, a lei permite que usuários pobres e sem acesso a advogados sejam enquadrados como traficantes.
Além disso, ao manter na ilegalidade o comércio de drogas e ainda ao aumentar a pena mínima de prisão para os traficantes, a lei 11343 contribui para a dinâmica de acumulação da violência nas cidades brasileiras.
Nos últimos anos, vimos no Rio de Janeiro o surgimento da criminalidade policial organizada na forma das milícias. Muito mais poderosas do que as quadrilhas de varejistas do tráfico, os milicianos vêm aumentando cada vez mais sua base territorial e já estão se infiltrando no poder legislativo. Se não conseguirmos romper com este círculo vicioso de corrupção e violência, a própria democratização da sociedade fica ameaçada.
Nossa sociedade precisa romper com os velhos esquemas de controle social através da violência do Estado e finalmente aceitar que a paz é fruto da justiça.
Renato Cinco

4 comentários:

  1. “Brasil: atrasado na pesquisa com maconha”

    http://www.comerciodojahu.com.br/novo/editoria/Local/%E2%80%9CBRASIL:+ATRASADO+NA+PESQUISA+COM+MACONHA%E2%80%9D.html

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  2. Caros Irmãos e Irmãs .

    Venho por meio deste , solicitar apoio a uma discussão a nivel Nacional e Municipal um amplo debate com a sociedade, por meio de Seminario, Encontros, Congressos, Convenções ,Simpósios , Internet ,etc.., e por fim um conjunto de leis a fim de detalhar uso, plantio, comercialização, taxação, estudos, tratamentos, ciencia medica, qualidade, cadastramento, novos produtos, Bio-Energias etc... da Cannabis no Brasil .


    Por ser uma planta que se pode plantar até mesmo em casa, acreditamos que seja o caminho mais coerente, como enfraquecedora do poder do trafico e uma consequente redução no consumo de outras "drogas" pois o acesso aos traficantes será muito menor, pois geralmente quem gosta de fumar maconha , só gosta de fumar, ele não usa outra coisa , muitas vezes nem alcool, por vez utiliza para desfarçar a aparencia de alcolizado.

    Voces sabiam que as vendas são realizadas em horarios diferentes!

    Pois a nossa planta é durante o dia , e os outros na noite e madrugada.


    Necessitamos ouvir mais , estudar mais, refletir mais, talvêz até meditar sobre o assunto. Veja o que Deus tem a dizer sobre violencia, quem é que mata maconheiro, quantos são os viciados em maconha , qual o mal que ela causa e os beneficios também, qual o mal que eles causam!


    Abraços e beijos fraternais .


    Liberdade, igualdade e fraternidade.

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  3. 30/05/2010 07h00
    “Brasil: atrasado na pesquisa com maconha”


    Priscila Donato
    prisciladonato@comerciodojahu.com.br
    e Ricardo Recchia
    ricardo@comerciodojahu.com.br

    Durante um ano, grupo de 50 viciados em crack se submeteu a uma experiência inédita comandada por psiquiatras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): a combinação de terapia com maconha (Cannabis sativa). Como resultado, 68% trocaram o crack pela maconha. Mais tarde, todos que fizeram a troca não usavam mais nenhuma droga. O estudo ganhou repercussão mundial.
    Idealizador dessa pesquisa, o professor de psiquiatria e coordenador do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes do Departamento de Psiquiatria da Unifesp, Dartiu Xavier da Silveira, 54 anos, foi obrigado a abandonar o projeto, pois corria o risco de ter problemas com a legislação: com a continuidade, a própria universidade forneceria a maconha para garantir o controle da experiência.
    Em congresso internacional realizado pela Unifesp este mês, debateu-se a criação de uma agência brasileira para o uso medicinal da maconha, como forma de aprovar e controlar adequadamente seu uso médico. Em entrevista ao Comércio, o professor Silveira acredita que este projeto está “muito próximo de se tornar realidade”. Hoje, a maconha e seus derivados são reconhecidos como medicamentos em vários países.

    Comércio – Como foi o tratamento proposto pelo senhor?
    Dartiu Xavier – Na verdade, a ideia nem chegou a ser proposta por nós. É que os usuários de crack não se beneficiavam de nenhum tipo de tratamento que oferecíamos. Então, espontaneamente, eles chegaram até nós e disseram que a única maneira de eles não terem vontade de usar o crack era quando usavam maconha. O normal seria desaconselharmos o uso da maconha, mas decidimos verificar de perto o fenômeno. Por um ano, e para nossa surpresa, 68% dos usuários de crack largaram o vício com essa estratégia.

    Comércio – Qual a explicação científica para isso?
    Xavier – Levantamos a hipótese de que o crack leva a uma situação de baixo nível de serotonina (um reutransmissor) no cérebro, e a maconha, de certa forma, “repõe” esse nível de serotonina. A pessoa se sente melhor e consegue ficar sem fazer uso do crack.

    Comércio – O senhor teve de abandonar esses experimentos?
    Xavier – Na realidade, esta pesquisa foi até o fim, o que não tivemos foi condições de ampliá-la. Não estávamos dando maconha aos usuários de crack, eles conseguiam a maconha por conta própria. Mas a ampliação da pesquisa implicava em fornecer o princípio ativo da maconha de maneira dosada, para observarmos seu potencial terapêutico. Até agora, por conta da legislação, isso não é possível, mas quem sabe com a criação da Agência Brasileira da Cannabis Medicinal.

    Comércio – A criação do órgão está próximo de ocorrer?
    Xavier – Sim. Temos toda a fundamentação científica para isso. Estamos até atrasados, pois em outros países o uso terapêutico da maconha é consagrado.

    Comércio – Para a criação da agência, é necessária alguma mudança na legislação brasileira?
    Xavier – Não. O que precisa mudar é a postura das autoridades que lidam com o problema.

    Comércio – As propriedades terapêuticas da maconha poderiam ser usadas no tratamento de quais doenças?
    Xavier – Alguns tipos de câncer, como no cérebro e de próstata. A substância também cria um efeito positivo sobre a esclerose múltipla e outras doenças neurológicas.

    Comércio – A maconha causa dependência?
    Xavier – Apenas 5% dos usuários desenvolvem a dependência. Mas alguns pacientes têm depressão e alteração de memória durante o uso. Depois, volta ao normal.

    Comércio – O senhor é favorável à descriminação da maconha?
    Xavier – Sou favorável ao uso medicinal da maconha e à “despenalização” do usuário. Eu penso que o usuário não pode ser tratado como criminoso. Mas não sou favorável à legalização das drogas, em hipótese alguma.

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  4. Na integra em:
    http://www.comerciodojahu.com.br/novo/editoria/Local/%E2%80%9CBRASIL:+ATRASADO+NA+PESQUISA+COM+MACONHA%E2%80%9D.html

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